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Papa manifesta preocupação com a Igreja na Alemanha

em quarta-feira, 22 de novembro de 2023

 

Francisco respondeu à carta de ex-delegadas do Sínodo na Alemanha, que declararam apreensão com o desenvolvimento do caminho sinodal da Igreja naquele país

Papa Francisco /Foto: REUTERS – Yara Nardi

Quatro mulheres alemãs, teólogas e filósofas, enviaram uma cara ao Papa Francisco manifestando preocupação com o desenvolvimentos do caminho sinodal da Igreja na Alemanha. Elas eram delegadas e depois decidiram sair. Em resposta, o Papa declarou também estar preocupado “com os agora numerosos passos concretos pelos quais grandes porções desta Igreja local continuam a ameaçar se afastar cada vez mais do caminho comum da Igreja universal”.

Questões do caminho sinodal da Igreja na Alemanha

A resposta do Santo Padre, enviada também por meio de uma carta com sua assinatura, datada de 10 de novembro, foi endereçada à teóloga moral Katharina Westerhorstmann, à teóloga Marianne Schlosser, à filósofa Hanna-Barbara Gerl-Falkovitz e à publicitária Dorothea Schmidt. As quatro acadêmicas são as autoras da carta enviada ao Pontífice em 6 de novembro passado.

O caminho sinodal alemão, concluído nos últimos meses, envolveu 230 delegados, incluindo bispos, padres, leigos e leigas, divididos em grupos de trabalho e focados na discussão de tópicos e questões como a bênção de casais do mesmo sexo, mudanças na moralidade sexual, celibato sacerdotal, poder clerical, combate ao mal do abuso, o papel das mulheres, com um foco especial no diaconato feminino e a possibilidade de ordenação sacerdotal de mulheres. Todos esses tópicos foram incluídos nos quatro documentos apresentados em março.

De particular preocupação para as quatro ex-delegadas está a ideia de estabelecer um comitê sinodal “para preparar a introdução de um conselho de direção e decisão”. O Papa, referindo-se a isso em sua carta, enfatizou que tal órgão “na forma delineada no texto relevante da decisão, não pode ser harmonizado com a estrutura sacramental da Igreja Católica”. Em seguida, ressaltou que sua constituição “foi interditada pela Santa Sé em uma carta datada de 16 de janeiro de 2023, que eu aprovei em uma forma específica”, escreve Francisco.

Carta ao Povo de Deus de 2019 

O documento também relembra a Carta ao Povo de Deus sobre o caminho sinodal na Alemanha, publicada em 29 de junho de 2019: cerca de dez páginas divididas em treze pontos, nas quais o Bispo de Roma exortou a liderança da Igreja na Alemanha a caminhar no caminho certo, o do Evangelho, sem transcender para desvios funcionalistas ou reducionismo ideológico.

A Carta também foi citada na declaração da Santa Sé de 21 de julho de 2021, na qual ficou claro que o caminho sinodal não pode tomar decisões doutrinárias. Ou seja, não tem “o poder de obrigar os bispos e os fiéis” a “novas formas de governo e novas abordagens à doutrina e à moral”, dizia o texto, que concluía com a esperança de que as propostas do caminho na Alemanha pudessem ser incorporadas ao caminho sinodal da Igreja universal.

Oração, penitência e aproximação com os irmãos

Relembrando seu importante documento, o Papa escreveu às quatro mulheres: “Em vez de buscar a ‘salvação’ em comitês sempre novos e, com certa autorreferencialidade, discutir sempre as mesmas questões, na minha Carta ao Povo de Deus quis recordar a necessidade da oração, da penitência e da adoração e convidá-los a se abrirem e irem ao encontro dos irmãos e irmãs, especialmente aqueles que estão abandonados na soleira das nossas igrejas, nas ruas, nas prisões e nos hospitais, nas praças e nas cidades”. “Estou convencido: lá o Senhor nos mostrará o caminho”, enfatizou.

O Pontífice concluiu agradecendo a Westerhorstmann, Schlosser, Gerl-Falkovitz e Schmidt pelo trabalho teológico e filosófico e pelo “testemunho de fé”: “Por favor, continuem a orar por mim e por nossa preocupação comum com a unidade”.

Encontros dos bispos da Alemanha e a Cúria Romana 

Com relação ao caminho sinodal, foi realizada uma reunião em 26 de julho no Vaticano entre o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, e alguns chefes de Dicastérios da Cúria Romana e representantes da Conferência Episcopal Alemã. Essa foi uma continuação do diálogo iniciado com a visita ad limina dos bispos alemães em novembro de 2022, durante a qual foram discutidas as questões teológicas e disciplinares que surgiram no Sínodo da Alemanha.

Exatamente um ano atrás, como mencionado, 62 bispos do país se reuniram com o Papa por cerca de uma semana; ao mesmo tempo, eles se encontraram com o Cardeal Parolin e outros chefes de Dicastérios para uma reunião interdicasterial confidencial sem precedentes, descrita pelo presidente da DBK, Dom Georg Bätzing, como “um caso de emergência de sinodalidade”.

O próprio Bätzing, reunido com a imprensa no Instituto Augustinianum de Roma para informar sobre o trabalho, disse que estava “aliviado” por essas conversas durante as quais – enfatizou – “tudo, tudo” foi colocado sobre a mesa: críticas, pedidos, propostas, ressalvas “de Roma” e perplexidades. Acima de tudo, as reuniões com o Papa e a Cúria foram uma oportunidade para deixar claro que, por parte dos bispos alemães, não há desejo de criar um “cisma”. “Somos católicos”, disse Bätzing, “e é isso que queremos continuar a ser”.

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Agosto: mês das vocações

em quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Durante todo mês de agosto, a Igreja Católica celebra as vocações no Brasil. É assim todos os anos, quando a cada domingo a Celebração Litúrgica é dedicada à uma vocação específica. Esse ano não será diferente. Você já falou sobre as vocações com o seu catequizando?



A primeira e mais importante vocação é à vida cristã, já que todos os os cristãos são vocacionados à santidade. Depois de nos conscientizarmos dessa responsabilidade, podemos e devemos buscar o chamado pessoal: sacerdotal, matrimonial, religioso ou leigo.


1º Domingo de Agosto: Vocação Sacerdotal

O sacerdote é o representante de Cristo dentro da sua comunidade, pastor e pai espiritual. A figura do padre busca pela caridade pastoral, sendo sinal de unidade. É sua responsabilidade contribuir para a edificação e crescimento da comunidade, promovendo e incentivando a vivência atuante e verdadeira do Evangelho.

Essa data também lembra as vocações aos Ministérios Ordenados. No dia 04 de agosto, é celebrado o dia de São João Maria Vianney, o Cura D'Ars e patrono dos padres, e dia 10 de agosto é Dia de São Lourenço, padroeiro dos diáconos.

2º Domingo de Agosto - Vocação Matrimonial & Dia dos Pais

No segundo domingo do mês, os brasileiros comemoram o Dia dos Pais. Por isso, a Igreja também celebra a Vocação Matrimonial, ou seja, os vocacionados ao casamento e formação da família.

Antigamente, a data era comemorada no dia 16 de agosto - quando também era celebrado o Dia de São Joaquim, pai de Nossa Senhora. Posteriormente, o segundo domingo foi adotado para a comemoração.
3º Domingo de Agosto - Vocação à vida consagrada

A Vocação à Vida Consagrada celebra homens e mulheres que consagram suas vidas a Deus e ao próximo. Eles são testemunhos vivos do Evangelho e as vocações desenvolvem carismas e atividades enriquecedoras para a comunidade.

Todos buscam viver verdadeiramente os votos de castidade, obediência e pobreza, por isso, são sinais vivos do amor de Deus.
A vida consagrada é exemplo de oração, missão e realização das obras de caridade, vivendo a vida cristã plenamente, mesmo em um mundo material.


4º Domingo de Agosto - Vocações Leigas

Neste dia, a Igreja celebra todos os leigos que dedicam-se aos trabalhos pastorais e/ou missionários, mesmo com suas famílias e trabalhos. São eles que atuam nos ministérios, como o de música, na liturgia, nas obras de caridade, pastorais e catequese. Ou seja, são grandes colaboradores dos padres.

O leigo é aquele que está consciente do chamado de Deus a participar ativamente da Igreja e da comunidade.
5º Domingo de Agosto - Dia do Catequista

Quando o mês de agosto tem cinco domingos, este último celebra o Dia do Ministério do Catequista. Por vocação e missão, o catequista é aquele que promove a fé na comunidade cristã, através do preparo de crianças, jovens e adultos para o sacramento. Dos encontros de catequese saem os fiéis prontos para dar testemunho de Cristo e do Evangelho.


(Fonte)

Como vai a sua autoestima?

em quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Para se ter uma autoestima equilibrada o mais importante é termos uma correta autovalorização

Cada um de nós possui representações mentais internas das pessoas mais importantes em nossa vida, inclusive de nós mesmos. A autor representação, ou autoimagem, pode ser coerente ou distorcida. Além disso, nós trazemos uma imagem mental do que gostaríamos de ser ou do que pensamos que deveríamos ser; é o ideal de ego. A autoestima é o resultado da correspondência entre a nossa autoimagem e o nosso ideal de ego. Quanto mais achamos que estamos próximos do jeito que gostaríamos de ser, tanto mais teremos a autoestima equilibrada; de forma contrária, quanto mais estivermos frustrados com os nossos próprios objetivos e aspirações, tanto mais a nossa autoestima estará baixa.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

A nossa autoimagem exerce uma grande influência em nossa vida, em nosso desempenho profissional e em nosso relacionamento interpessoal. O que pensamos a nosso respeito, a nossa autoimagem ou senso de autovalorização, influencia cada parte de nossa vida.

Aqueles que têm um bom e saudável senso de autovalorização se sentem importantes, acreditam que têm valor e irradiam esperança, alegria e confiança. Ao contrário, uma autoimagem inadequada nos tira a energia e o poder de atenção, necessários para bem nos relacionarmos com os outros; e um bom relacionamento interpessoal é fundamental em tudo o que fazemos. Nosso senso de inadequação nos impossibilita de amar e dar atenção aos outros, pois nos leva a nos sentir rejeitados e incompreendidos; temos medo do que possam pensar de nós, não nos sentimos bem em grupos e não nos aceitamos como somos.

Ter uma autoimagem inadequada faz com que nos preocupemos com as opiniões, elogios ou críticas dos outros, como fatores determinantes para a nossa vida. Um senso de autovalorização muito baixo nos torna escravos da opinião dos outros e nos impede de sermos nós mesmos.

O que você vê em si mesmo?

Por isso, quero convidar você para fazer um exercício neste momento e olhar para a sua imagem mental: o que você vê em si mesmo? Você está satisfeito com o que vê? Qual a visão que você tem de si mesmo quando se compara com outras pessoas?

Anote cinco pontos fortes e cinco fracos que você observa em si mesmo.

Em qual lista que você levou mais tempo para fazer as anotações? Na dos pontos fortes ou dos pontos fracos?

Precisamos aprender a nos ver como Deus nos vê, a descobrir quem somos, a assumir o nosso valor, que vem do fato de sermos imagem e semelhança de Deus, filhos de Deus, filhos amados de Deus.

São Paulo, na sua Carta aos Romanos (Rom 12,3), nos ensina: “Pela graça que me foi dada, recomendo a cada um de vós: ninguém faça de si uma ideia muito elevada, mas tenha de si uma justa estima, de acordo com o bom senso e conforme a medida da fé que Deus deu a cada um”.

A nossa autoestima precisa ser equilibrada: nem alta, nem baixa, para que saibamos lidar com os nossos limites e fracassos; e para que tenhamos relacionamentos sadios e uma autoimagem correta, sem depreciações nem elevações. Por isso, uma autoestima equilibrada é fundamental para todos nós, filhos de Deus, para que possamos evangelizar, para que sejamos alegres e felizes em toda e qualquer circunstância.

O que fazer para termos uma autoestima equilibrada?

Comece trabalhando a sua autovalorização, dando-se conta de que você é uma pessoa criada por Deus, imagem e semelhança de Deus, com limites e com qualidades. Você precisa entender que o seu valor não está no que você faz ou tem, está em você, no seu ser pessoa, com tudo o que você é, seu temperamento, seus dons e talentos.

Procure identificar quais são as suas qualidades e não só os seus limites. Aprender a lidar com os nossos limites, entender que ninguém é perfeito, que todos nós temos limitações e qualidades, é fundamental para uma autoestima e uma autoimagem equilibrada. Aprenda a não se cobrar tanto, e a não cobrar do outro também. Aprenda a se aceitar como você é. Nesse processo, aprender com as experiências vividas, com os erros e fracassos é fundamental. De tudo o que vivemos, precisamos tirar um lado positivo, uma aprendizagem, assim, nada passa em vão, tudo tem o seu devido proveito.

Atividades físicas, fazer coisas simples no seu cotidiano que você gosta, ter um tempinho para cuidar de si mesmo, do seu corpo e de sua saúde, também favorecem a autoestima.

Concluindo: para se ter uma autoestima equilibrada o mais importante é termos uma correta autovalorização, sabendo lidar com os nossos limites e fracassos. Como há um bom caminho pela frente a seguir, para trabalharmos em nós mesmos, coloquemo-nos a caminho. O colocar-se a caminho já é uma atitude que faz crescer a autoestima e, aos poucos, dia após dia, num processo que, às vezes, é lento, mas que precisa ser contínuo, vamos atingindo a justa estima de nós mesmos.

Manuela Melo

Neuropsicóloga e Psicóloga Clínica, Manuela Melo cursou MBA em Gestão de Pessoas. Membro da Comunidade Canção Nova por 20 anos, hoje a psicóloga atua em Recife e Surubim, ambas cidades do Estado de Pernambuco, onde ela reside atualmente. Contato: manuelamelocn@gmail.com


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Auto estima e amor ao próximo

 



Na cultura moderna e urbana, muitos se sentem desvalorizados diante do que percebem nas redes sociais e da maneira como são tratados quando destoam do comportamento que está mais na moda. Essa desvalorização pode incapacitá-los para muita coisa boa porque quem não acredita em seu próprio potencial já se sente derrotado antes de começar qualquer tarefa. É o que nos comunica esta parábola:

      Sapinhos tentavam subir um morro. O pessoal em volta gritava: Vai cair! Vai cair! E eles de fato iam escorregando e caindo. No final, só um chegou ao alto do morro. E conseguiu isso porque era surdo… 

Podemos ter catequizandos com problemas de falta de auto estima, especialmente em comunidades mais pobres. Auto estima não é vaidade, é  condição necessária para por em ação seus talentos e realizar boas obras. O grande mandamento que Deus nos deu é “amar ao próximo como a si mesmo”. Deus se expressou assim porque sabe que quem não reconhece seu próprio valor está despreparado para prestar serviço ao próximo porque não se percebe capaz de fazer algo que preste. Não é óbvio? Se alguém não se valoriza, se acha sempre incapaz, não vai ter animação para realizar algo melhor, para ajudar outros, para corrigir o que estiver errado. Só vai saber dizer: eu não levo jeito para isso, vou passar vergonha se tentar...

Numa grande cidade, podemos ter no mesmo grupo gente de classe média, com boa instrução e outros que moram na favela mais próxima e estão acostumados a ser desvalorizados. Aí temos que dar a eles uma atenção especial. É importante comemorar seus aniversários (até porque alguns  não conseguem isso em casa). Mas é preciso também mostrar que são capazes de fazer coisas que a comunidade vai saber apreciar, como, por exemplo: participar de um coral e de dramatizações, ser percebidos como “ajudantes” de trabalhos catequéticos, ter seus desenhos expostos em cartazes. Precisam ouvir muitas vezes as frases “mágicas”, do tipo: Eu sei que você consegue! Seu trabalho ficou bem bonito! Estamos precisando da sua ajuda! Se desta vez não deu certo, tenho certeza que da próxima vez você vai conseguir!

Pessoalmente, numa situação difícil,  um dia recebi uma valorização desse tipo que mudou minha vida. Experimentei um grande desastre no meu estágio no curso de formação de professoras. Tinha que dar uma aula e não consegui porque, sem saber o que fazer com alunos que eram muito indisciplinados, saí correndo da escola, abandonando a turma. Aí pensei em desistir de ser professora. No fim do mês, veio uma nota 9 em Prática de Ensino no meu boletim. Fui procurar a professora porque achei que não estava certo, que eu merecia um zero. E ela me disse: “ _Não dei nota para a professora que você foi naquele dia, dei nota para a professora que um dia tenho certeza que você vai ser. Aquilo foi um acidente, não é algo que define você. Mas essa história ainda não acabou porque você vai dar aula de novo e eu vou estar lá para acompanhar o trabalho que sei que você pode fazer.” Minha carreira profissional, que acabou sendo muito proveitosa, não teria nem começado se não tivesse recebido esse valioso estímulo. Então percebi que o melhor modo de agradecer à dedicada professora que tinha feito isso por mim seria lembrar sempre esse episódio quando algum aluno estivesse desanimado e saber mostrar confiança no potencial dele como ela havia feito comigo. Na catequese isso é ainda mais importante porque não estamos só “ensinando coisas”, estamos apresentando pessoas ao amor de Deus. 

Uma das tarefas importantes da catequese é aprender a valorizar as pessoas. Afinal, fomos todos criados por Deus, um artista que só faz obras especiais. Eis uma atividade que poderia ser proposta aos catequizandos durante uma semana: a cada dia, diante da primeira pessoa que encontrarmos, descobrir algo bom nela e fazer-lhe um elogio; depois, ao encontrar uma segunda pessoa, contar o que elogiamos na primeira e dizer que acreditamos que ela também tem uma qualidade boa assim. Então poderíamos refletir sobre uma frase de William Arthur Ward: “Quando procuramos descobrir o melhor nos outros, de algum modo mostramos o melhor de nós mesmos.” 

Amor ao próximo exige caridade com os necessitados, é claro. Mas não é só isso. É também saber agradecer a Deus por todo bom potencial que vemos em nós e nos outros. Aí vamos estar mais preparados para fazer coisas boas, já que uma das nossas missões neste mundo é melhorar relacionamentos e nos unirmos para transformar o que precisa ser mudado.

Assim, os catequizandos não têm só que “aprender” o que identifica sua religião. É importante serem convidados a fazer boas obras uns com os outros e, juntos, estarem participando de atividades comunitárias que ajudem a melhorar algo na sociedade. 

Igreja é espaço comunitário, onde se percebe que juntos fazemos mais, descobrimos coisas mais importantes e nos capacitamos para deixar uma boa marca por onde passamos. É bom perceber sempre que a oração que Jesus ensinou quer que cada um se dirija a um Pai que é “nosso”, de todos. Não é algo que se limite à pessoa que está rezando. O Pai é “nosso”, o seu Reino é para vir a “nós”, o pão que pedimos é “nosso” (para todos); o perdão que pedimos está ligado ao perdão que nos comprometemos a oferecer aos outros; sabemos que a vontade de Deus – que pedimos que seja feita na terra como no céu – é que cada um ame ao próximo como a si mesmo. Não basta ensinar o Pai Nosso na catequese, é preciso testemunhar o que ali está implícito na maneira de conviver, dentro e fora da Igreja, com os filhos desse Pai que ama a todos.

Therezinha Motta Lima da Cruz

Foi assessora nacional de catequese. É autora de vários livros de Catequese e Ensino Religioso. 

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Papa estabelece novas normas sobre o uso do missal pré-conciliar

em sábado, 17 de julho de 2021

Grupos ligados à antiga liturgia não devem excluir a legitimidade da reforma litúrgica, os ditames do Concílio Vaticano II e o Magistério dos Pontífices

Da redação, com Vatican News

/ Foto: Daniel Ibánez – CNA

O Papa Francisco, após consultar os bispos do mundo, decidiu mudar as normas que regem o uso do missal de 1962. Este foi liberalizado como “Rito Romano Extraordinário” há 14 anos por seu predecessor Bento XVI.

O Pontífice publicou, nesta sexta-feira, 16, o motu proprio “Traditionis custodes”, sobre o uso da liturgia romana anterior a 1970.

O documento em forma de carta explica as razões de sua decisão.

Novidades

Entre as principais novidades desta decisão de Francisco está a atribuição da responsabilidade de regulamentar a celebração segundo o rito pré-conciliar ao bispo, moderador da vida litúrgica diocesana. “É de sua exclusiva competência autorizar o uso do Missale Romanum de 1962 na diocese, seguindo as orientações da Sé Apostólica”.

O bispo deve certificar-se de que os grupos que já celebram com o antigo missal “não excluam a validade e a legitimidade da reforma litúrgica, os ditames do Concílio Vaticano II e o Magistério dos Sumo Pontífices”.

As missas com o rito antigo não serão mais realizadas nas igrejas paroquiais. O bispo determinará a igreja e os dias de celebração. As leituras devem ser “na língua vernácula”, utilizando traduções aprovadas pelas Conferências episcopais.

O celebrante deve ser um sacerdote delegado pelo bispo. O bispo também é responsável por verificar se é ou não oportuno manter as celebrações de acordo com o antigo missal, verificando sua “utilidade efetiva para o crescimento espiritual”.

De fato, é necessário que o sacerdote responsável tenha no coração não apenas a digna celebração da liturgia, mas também o cuidado pastoral e espiritual dos fiéis. O bispo “terá o cuidado de não autorizar a constituição de novos grupos”.

Os sacerdotes ordenados após a publicação hodierna do Motu próprio, que pretendem utilizar o missal pré-conciliar “devem enviar um pedido formal ao Bispo diocesano que consultará a Sé Apostólica antes de conceder a autorização”. Enquanto aqueles que já o fazem devem pedir a autorização ao bispo diocesano para continuar usando-o.

Os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, “na época erigidos pela Pontifícia Comissão Ecclesia Dei”, estarão sob a competência da Congregação para os Religiosos. Os Dicastérios para Culto, e para os Religiosos supervisionarão a observância destas novas disposições.

Explicações

Na carta que acompanha o documento, o Papa Francisco explica que as concessões estabelecidas por seus predecessores para o uso do antigo missal foram motivadas sobretudo “pelo desejo de favorecer a recomposição do cisma com o movimento liderado pelo bispo Lefebvre”.

O pedido, dirigido aos bispos, de acolher generosamente as “justas aspirações” dos fiéis que solicitavam o uso daquele missal, “tinha, portanto, uma razão eclesial de recomposição da unidade da Igreja”.

Essa faculdade, observa Francisco, “é interpretada por muitos dentro da Igreja como a possibilidade de usar livremente o Missal Romano promulgado por São Pio V, determinando um uso paralelo ao Missal Romano promulgado por São Paulo VI”.

Foto: Wesley Almeida – CN

O Papa lembra que a decisão de Bento XVI com o motu proprio “Summorum Pontificum” (2007) foi apoiada pela “convicção de que tal medida não colocaria em dúvida uma das decisões essenciais do Concílio Vaticano II, atingindo de tal modo sua autoridade”.

Há 14 anos, o Papa Ratzinger declarou infundado o temor de divisões nas comunidades paroquiais, porque, escreveu, “as duas formas de uso do Rito Romano poderiam enriquecer-se mutuamente”.

Mas a sondagem recentemente promovida pela Congregação para a Doutrina da Fé entre os bispos trouxe respostas que revelam, escreve Francisco, “uma situação que me aflige e me preocupa, confirmando-me na necessidade de intervir”, vez que o desejo de unidade foi “gravemente desatendido”, e as concessões oferecidas com magnanimidade foram usadas “para aumentar as distâncias, endurecer as diferenças, construir contraposições que ferem a Igreja e dificultam seu caminho, expondo-a ao risco de divisões”.

Concílio Vaticano II não deve ser rejeitado

O Papa diz ficar triste com os abusos nas celebrações litúrgicas “de um lado e do outro”, mas também diz contristar-se por um “uso instrumental do Missale Romanum de 1962, cada vez mais caracterizado por uma crescente rejeição não só da reforma litúrgica, mas do Concílio Vaticano II, com a afirmação infundada e insustentável de que ele traiu a Tradição e a ‘verdadeira Igreja'”.

Duvidar do Concílio, explica Francisco, “significa duvidar das próprias intenções dos Padres, que exerceram solenemente seu poder colegial cum Petro et sub Petro no Concílio ecumênico, e, em última análise, duvidar do próprio Espírito Santo que guia a Igreja”.

Por fim, Francisco acrescenta uma razão final para sua decisão de mudar as concessões do passado: “é cada vez mais evidente nas palavras e atitudes de muitos que existe uma relação estreita entre a escolha das celebrações de acordo com os livros litúrgicos anteriores ao Concílio Vaticano II e a rejeição à Igreja e suas instituições em nome do que eles julgam ser a ‘verdadeira Igreja’. Este é um comportamento que contradiz a comunhão, alimentando aquele impulso à divisão… contra o qual o Apóstolo Paulo reagiu com firmeza. É para defender a unidade do Corpo de Cristo que sou obrigado a revogar a faculdade concedida por meus Predecessores”.

(Fonte)

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